domingo, 28 de março de 2010

ACLAMO E MATO!


Sempre me intrigou o Domingo de Ramos. Não pelo dia celebrativo, obviamente, mas pela mensagem que o mesmo traz. A mesma multidão que aclama e ovaciona Jesus, condena-o e mata-o. Porque? O que estaria por trás de tal mistério?
A multidão se ajutara pra ver Jesus entrar em Jerusalém. Muitos certamente viram-no realizar milagres, muitos certamente viram-no falar do Amor de Deus, do reino de paz, de justiça, de fraternidade e de partilha, mas muitos estavam ali porque viram o movimento, ou seja, estavam por estar, nem mesmo sabiam o que estavam fazendo ali. Consigo "ouvir" alguém perguntando ao seu próximo: "que está acontecendo, por que essa confusão?" Consigo ouvir muitas respostas do tipo: "sei lá, falaram que um tal Jesus, profeta poderoso, que cura, vem aqui hoje." Na verdade a multidão não consegue fazer a experiência da intimidade e portanto se relacionam na superficialidade. Aquele povo condenou e matou depois de aclamar porque não tinha intimidade com Jesus. Se deixaram levar pelas mentiras dos doutores da lei, dos fariseus, dos podereosos que queriam calar Jesus. Quando armam e maquinam contra Jesus, contam com o apoio popular porque a multidão se torna massa de manobra. Por não conhecer Jesus e por não ouvir com o coração suas palavras, se deixam envenenar por uma minoria que via seu poder ameaçado.
É tempo de escuta, é tempo de intimidade. Que nesta semana santa que se inicia estejamos mais atentos à Palavra de Deus para que sejamos verdadeiras sementes de misericórdia plantados nos corações-terrenos da humanidade.

Um comentário:

Unknown disse...

"Eles queriam um grande Rei, que fosse forte e dominador..." que não escolhesse entrar em sua cidade montado num jumentinho, muito menos que escolhesse o caminho da crucifixão. O povo que o aclamou Rei, mesmo que não tivessem gritado depois para que o crucificassem o teria matado da mesma maneira, porque até o fim não conseguiram compreender que o reinado e o poder de Jesus não era simplesmente realizar milagres, muito menos possuir bens, como os reis da época, mas era servir os mais pobres e necessitados.